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Quem assiste doramas coreanos, certamente já se deparou com alguma cena onde surgem aqueles spas onde as mulheres e homens estão vestidos com roupas largas, geralmente em rosa e azul, com uma toalha na cabeça parecendo uma ovelha (양머리), sentados no chão ao redor de mesinhas, comendo e bebendo. Esses lugares, tão inseridos na cultura do país são também chamados de banho público. Mas é preciso ficar atento, porque existem dois tipos: os oncheons (온천) e os jjimjilbang (찜질방).

Embora tenham finalidades semelhantes, o principal aspecto que devemos levar em conta é que os jjimjilbang (찜질방) contêm oncheons (온천), ou seja, spas, mas são mais completos. O significado de jjimjilbang (찜질방) seria algo como “sala aquecida”. E eles funcionam 24h, com um espaço para dormir, uma área comum para homens e mulheres, com saunas de diversas temperaturas, inclusive geladas. Alguns também têm espaço para jogos, karaokê, lan house, além de um snack bar, em que as pessoas podem fazer um lanchinho com os amigos.

Ambos, no entanto, contam com a parte dos banhos públicos, onde as pessoas são separadas entre masculino e feminino, e lá existem diversas piscinas de água quente, fria, com ervas medicinais e outras inovações que um ou outro estabelecimento ofereça. Além disso, há chuveiros individuais e é possível tomar banho em pé ou em banquinhos de pedra com um espelho na frente, em que as pessoas podem se olhar enquanto se limpam.

Embora tenham uma característica mais reservada, os coreanos geralmente se sentem mais à vontade com pessoas do mesmo sexo. Então, não espere ver pessoas de trajes de banho, biquínis, maiôs ou afins. Todos costumam ficar totalmente nus. E, se alguém não obedece a essa regra social, acaba chamando mais a atenção ou pode ser confundido com as funcionárias contratadas para fazer massagens, que são as únicas que usam calcinha e sutiã nesses estabelecimentos.

As coreanas, geralmente, vão em grupos e gostam de ficar esfregando as costas umas das outras. Há aquelas que sentam na beirada das piscinas, se lavando durante horas e horas. Os oncheons (온천) também têm a parte da sauna e o cantinho da soneca, mas não é como nos jjimjilbang (찜질방), já que esses lugares não costumam ter uma área coletiva para homens e mulheres.

Por serem quentes, são famosos no inverno, temporada em que alguns costumam frequentar esses banhos públicos mais de uma vez por semana. Os coreanos acreditam que o vapor limpa melhor, além de aquecer nos dias frios. E o funcionamento é bem simples e costuma seguir um roteiro semelhante em quase todos os locais:

Primeiro, é preciso pagar na recepção um valor que varia de 4 mil a 10 mil won (algo entre 12 e 30 reais) no caso dos oncheons (온천) e de 10 mil a 20 mil (entre 30 e 60 reais) para os jjimjilbang (찜질방). Depois, a atendente distribui duas toalhas e um papel com um número (ou duas chaves). Assim que entrar, vai identificar primeiramente os armários para sapatos, todos numerados. Quando você coloca o seu sapato, ele tranca sozinho e libera uma pulseira com a mesma numeração gravada.

Então, é necessário encontrar o armário para as roupas, guardar o restante dos pertences lá, se despir completamente e entrar na parte de banho. Sempre têm umas cestinhas na porta para a pessoa poder colocar shampoo, creme e outros produtos de higiene. Eles oferecem sabonete e pasta de dente coletiva. Então, os coreanos não costumam levar esses dois itens.

Basicamente, essa é a diferença entre esses dois lugares. A nossa editora executiva, Alcina Knabben, fez um post sobre sua experiência pessoal passando a noite em um jjimjilbang (찜질방). Muitos coreanos, inclusive, usam essas salas como mini-hotéis e se “hospedam” lá. No entanto, seria semelhante a uma guest house. As pessoas dormem no chão, em alguns colchonetes oferecidos por cada estabelecimento. Para quem deseja turistar por Seul, a capital coreana, há algumas indicações com endereços.

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About Ariane Annunciação

Ariane Annunciação (Rio de Janeiro) – jornalista, estudante de História e tradutora freelancer, casada com um coreano, dorameira e apaixonada pela cultura oriental. Morou na Coreia por dez meses entre 2013 e 2014 e mantém um blog sobre sua experiência no país, o http://hangukcomacai.blogspot.com.br/

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