Desde a formação dos primeiros povos, o ser humano encontra inúmeras formas para expressar seus medos, desejos e sonhos. As danças folclóricas são uma dessas expressões. Conheça agora o Talchum (탈춤), a Dança das Máscaras coreana.
A dança das máscaras e seus detalhes
Do coreano Talchum (탈 – máscaras / 춤– dança), a dança das máscaras é uma apresentação folclórica de dança e canto onde os “atores” vestem máscaras em sua performance. As máscaras utilizadas na apresentação remetem a rituais xamânicos de agradecimento e, posteriormente, a rituais de oração por colheitas férteis nas aldeias coreanas, comandados pelo povo.
A dança das máscaras ganha um nome distinto dependendo do lugar. Por exemplo, Talchum é o nome originário da província de Hwanghae; já Sandae Nori é o nome que apresentação recebe em Seul, capital da Coreia do Sul, e na província de Gyeonggi. Por toda a Coreia do Sul, podemos encontrar em torno de 12 diferentes nomes para a tradicional dança das máscaras.
As máscaras podem ser de madeira, papelão ou mesmo bambu. No geral, elas são exageradas, com feições distorcidas e cômicas e correspondem a diferentes papeis.
- Servos: máscaras que exibem olhos, ouvidos e narizes largos. Essas características sugerem que os servos devem ser cuidadosos e observadores ao lidarem com os nobres para que, dessa forma, identifiquem os erros da classe “dominante”.
- Nobreza: máscaras geralmente feias e grotescas. Representando a possível soberba, vaidade e corrupção que podem estar presentes na classe.
As cenas
A dança das máscaras é dividida em cenas que, não necessariamente, precisam se conectar entre si. É importante lembrarmos que a apresentação surgiu do povo e o seu objetivo é o de expressar o sentimento comum na época, de sonhos e de trabalho duro.
Segue abaixo algumas das representações mais famosas:
- Cena A – onde o nobre, embebido em soberba, se vangloria de suas “conquistas e posses”, mas seus servos o ridicularizam com seu conhecimento de mundo e inteligência;
- Cena B – onde um monge velho “esquece” seus deveres, se apaixona por uma jovem moça e tenta seduzi-la. Na apresentação, o verdadeiro amante da jovem mostra ao monge o quanto ele está errado e, assim, consegue socorrer sua amada e fugir com ela para longe do monge.
- Cena C – onde uma esposa procura por seu marido que fugiu e, ao encontrá-lo, tem seu coração partido pois o marido está com uma nova esposa. Assim, a primeira esposa morre e o marido, culpado, sai em busca de um xamã para confortar a alma da esposa falecida e expiar sua culpa.
Assista a uma apresentação da Dança das Máscaras encenada apenas por crianças abaixo:
Linha do tempo
As histórias contam que a dança das máscaras surgiu como um ritual xamânico de agradecimento aos deuses e de expulsão dos espíritos ruins. No correr do tempo, os aldeões de diversos vilarejos espalhados pela península coreana, adotaram a dança como um ritual de oração por uma colheita farta, prosperidade para as famílias e uma vida de paz.
Dessa forma, durante a dinastia Silla (57 ac – 935 dc), a dança do povo chegou à corte real como entretenimento. Já na dinastia Joseon (1392 – 1910), a dança folclórica ganhou uma nova roupagem sendo acrescida de críticas à sociedade, como vimos nas cenas descritas acima.
Hoje, fazendo parte do roteiro cultural do país, você pode assistir a apresentações do Talchum no Festival de “Andong”, no vilarejo de Andong Hahoe, que acontece no outono. Entretanto, devido ao coronavírus, o festival acontecerá apenas em 2021, com data estipulada para 24 de setembro. Você pode saber mais no site MaskDance.
Entenda mais sobre o significado das máscaras sul coreanas.
Fonte: Korea Culture.