Dando continuidade ao nosso bate-papo sobre o serviço militar sul coreano, hoje, nós falaremos das mulheres no exército da Coreia do Sul.
Um número inexpressivo
A guerra sempre foi vista como uma coisa de homem. Dessa forma, limitando a atuação feminina dentro do universo militar a um pequeno ensaio de sua suposta fragilidade. Até hoje, se fomos comparar números, enxergamos a disparidade dos gêneros.
As mulheres no exército da Coreia do Sul, por exemplo, somavam um total de 1.100 na ativa, 5,5% das 625.000 forças armadas do país (números divulgados pelo governo sul coreano em 2017). Sem falar que até o ano da pesquisa, as atividades dos soldados femininos eram restritas de cargos (posições) de infantaria, ou seja, postos de comando da linha de frente.
Mas isso está mudando. O governo sul coreano está trabalhando, desde 2017, para expandir o papel das mulheres nas forças armadas. Em 2022, estima-se que o número ativo de soldados femininos será de 2.450, um crescimento de mais de 50%. Além de, claro, eliminar as restrições à designação de tropas femininas aos postos de comando de infantaria.
Não é obrigatório
Diferente do alistamento masculino, o feminino não é obrigatório. Segue abaixo o que a constituição sul coreana diz sobre o serviço militar feminino.
- As mulheres que são cidadãs da República da Coreia, ou seja, as não estrangeiras e de dupla nacionalidade, só podem servir na ativa e na reserva de serviço de acordo com seu apoio. Ao se alistarem para o exército, as mulheres assumem postos chamados de “apoio”. São cargos essenciais ao funcionamento da aparelhagem militar que antes de 2010 se limitava a enfermagem e serviços burocráticos.
- Os soldados femininos podem se candidatar como oficiais, oficiais associados e oficiais adjuntos e vice oficiais. São nomeados aqueles que têm pensamentos sólidos, comportamento decente e forte força física.
- Existem cargos que não são selecionados para classes especiais de guerra da Marinha e da Força Aérea e atribuídos a mulheres, como resgate de aviação e tripulantes de submarinos.
- Também não era possível se inscrever para artilharia, armadura e defesa aérea, mas isso mudou em 2014. Já em 2015, tivemos os primeiros casos de monge militar feminino e capelão (padre).
As mulheres no exército da Coreia do Sul
Por ser um movimento de ascensão, aos poucos podemos elencar as conquistas femininas dentro desse universo. É o caso da Song Myung Soon, que assumiu o posto de Brigadeiro General, em dezembro de 2010. Dessa forma, fazendo história por ser a primeira vez que foi constituído um general da divisão feminina combatente (infantaria).
- Comunicação
Brigadeiro-general Park Mi Ae (terceira oficial militar): Chefe do Gabinete de Relações Públicas Jung Hoon, Quartel-General do Exército e a primeira general feminina.
- Oficial da Inteligência
Brigadeiro-general Kim Joo Hee (35ª oficial militar): a primeira oficial de inteligência e general feminino.
Quem não pode se alistar às forças armadas sul coreanas?
As pessoas abrangidas por qualquer uma das seguintes condições não podem ser nomeadas oficiais, paramédicos e suboficial, segundo o artigo 10º, n.º 2 da “Lei do Pessoal Militar”.
- Quem não tem nacionalidade coreana, nem aqueles que têm nacionalidade coreana e estrangeira;
- Tutor adulto ou tutor limitado, ou seja, pai ou mãe solteiro/viúvo (ou mesmo responsável) de um indivíduo menor de idade;
- Aqueles declarados falidos e não reintegrados à sociedade;
- Um condenado a uma pena maior ou igual à prisão e não passou 5 anos desde que a execução foi encerrada ou foi decidido não ser executada;
- Um condenado a liberdade condicional por uma pena superior a uma prisão e está em período probatório, ou dois anos não se passaram desde a data em que o período probatório foi encerrado.
- Uma pessoa que tenha recebido suspensão da pena por pena superior à suspensão da qualificação e esteja no período dessa suspensão.
- Crimes de violência sexual;
- Ofensas sexuais contra crianças e adolescentes;
- Pessoas que não passaram 5 anos da data de demissão ou demissão devido a impeachment ou ação disciplinar (cargos públicos);
- Pessoas cujas qualificações foram suspensas ou perdidas sob uma decisão judicial.
Um longo caminho a ser percorrido
Como vimos, a história das mulheres no exército da Coreia do Sul ainda está sendo escrita. Por mais que possamos enxergar um longo caminho a ser vencido, já vimos frutos colhidos que dão esperança e determinação às mulheres sul coreanas de que o futuro é delas. Hwaiting!
Leia sobre o serviço militar obrigatório masculino!
Fonte: Stars and Stripes; Easylaw; Korea Herald