Acordos

Imagem: http://i.livescience.com/

O Brasil vai buscar na nação com a maior velocidade média de internet experiências em economia digital para acelerar a adoção de governo digital no país. Para isso, assinou um acordo com a Coreia do Sul nesta quinta-feira (23) durante o Seminário Internacional Brasil 100% Digital, em Brasília.

Com médias de conexão em torno de 22,2 Mbps, pouco mais de sete vezes a média do Brasil, segundo a Akamai, a Coreia do Sul é o parceiro ideal, na avaliação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. “[O país] tem um ambiente de redes muito avançados, além de aplicações muito desenvolvidas”, afirmou Virgílio de Almeida, secretário de política da pasta. Tratado como colaboração tecnológica, o acordo visa incentivar a transferência entre empresas, universidades institutos de pesquisa dos dois país. 

Já o Brasil tem a oferecer a escala de adoção de novas tecnologias. Almeida enumera entre os atrativos do Brasil o fato de ser o sexto maior mercado de tecnologia da informação do mundo, ter milhões de consumidores, além de ter aplicações próprias como a urna eletrônica e a declaração digital de imposto de renda.

Além desse acordo, o secretário conta que a Samsung assinará outro acordo com a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadoras (Anprotec), que reúne os grandes parques tecnológicos brasileiros.

Investimento em Minas Gerais

A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) e o Instituto Mineiro de Tecnologia da Informação (IMTI) assinaram um memorando de entendimento com a Coreia do Sul, por meio da Korea Evaluation Institute of Industrial Technology (KEIT), órgão do Ministério de Comércio, Indústria e Energia do país. O objetivo é desenvolver tecnologias para os segmentos aeroespacial e de defesa do Estado, com recursos de ambos os países.

“Um dos nossos interesses é desenvolver projetos de veículos aéreos não-pilotados (drones) no Brasil, tanto aviões quanto helicóptero, para serem aplicados no setor aeroespacial, robótica, agronegócio e saúde”, disse o presidente do KEIT, Ki-Sub Lee, em evento na sede da Fiemg, na capital mineira. “A partir de hoje é estipular metas e fazer acontecer”, completou.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Altamir Rôso, o acordo pode ajudar o governo a ter novas ações no projeto Aerotrópole, que se localiza perto do Aeroporto Internacional de Confins. Segundo ele, a expansão do centro urbano ao redor dos terminais de passageiros e de cargas com a atração de novas empresas continua, mas está em análise pelo novo governo. “Não tivemos ações efetivas no projeto Aerotrópole e estamos nesse momento reavaliando as diretrizes para assim o projeto se consolidar”, declarou.

O primeiro projeto a ser desenvolvido é a criação de drones de médio porte para aplicações especiais, como combate a incêndios florestais ou pulverizações de lavouras. “O equipamento conseguiria carregar sacos de até 500 quilos e usará etanol como combustível. A empresa parceria brasileira será a Axel e a Coreia do Sul vai investir US$ 14 milhões. Serão necessários ainda um aporte adicional de US$ 45 milhões.Já há empresários de Uberlândia (MG) interessados no equipamento”, informou o diretor técnico do IMTI, Mauro Lambert Ribeiro do Valle. Segundo ele, em até três anos o produto poderá estar disponível no mercado a um custo menor do que um helicóptero de porte pequeno, de cerca de R$ 2 milhões.

Outro projeto a ser desenvolvido dentro do acordo de cooperação com a Coreia do Sul está um robô para trabalhos em plantações de café em regiões montanhosas, principalmente a colheita. “70% do café do Estado está nessas regiões e é difícil mão de obra para esse tipo de produção. Já temos garantidos US$ 2 milhões de recursos sul-coreanos e falta acharmos a empresa parceira no Brasil e mais US$ 1 milhão de aporte”, explicou o diretor.

A previsão para o primeiro produto ficar disponível é de até dois anos, com um valor de cerca de US$ 200 mil. “Queremos fazer uma operação casada com o BNDES para financiamento do equipamento, porque o cafeicultor poderá contar com juros mais compatíveis com a sua realidade”, disse.

Outros projetos englobam acessórios e roupas inteligentes para o setor de saúde e também novas tecnologias para medição de peso de cargas. “Em cada caso vamos discutir a questão da propriedade intelectual e o direto de comercialização”, ressaltou.

Matérias do G1 e Hoje em Dia

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About Jessica Lellis

Editora Chefe (Belo Horizonte - MG) Jornalista por formação e comunicóloga por vocação. Tão apaixonada pela cultura coreana, que fala e escreve sobre ela o tempo todo. Trabalha a finco para quebrar os pré conceitos que se existe em relação a Coreia.

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