Choi Jong Ha explora um novo conceito da imagem e de sua forma através da realidade virtual. É assim que mesas e cadeiras ganham novas perspectivas ao público a partir de sua arte. Conheça mais sobre este designer e sua produção.
Nascido em Londres mas criado na Coreia do Sul, Choi Jong Ha tem 33 anos e é hoje um dos nomes de grande importância na produção artística do cenário local. Sob a proposta de trazer um novo conceito a partir da imagem e sua forma, a experiência com objetos diversos é revolucionada. Mergulhe no universo do designer através desta entrevista realizada com o Brazilkorea.
Brazilkorea – Você possui formação em Escultura pela Universidade Nacional de Seul e mestrado em Contextual Design pela Academia de Design de Eindhoven (Holanda). Qual foi sua motivação para seguir esse caminho?
Choi Jong Ha – Desde criança gostei de artes e principalmente, fazer coisas com as mãos. Assim, naturalmente entrei na faculdade de artes, logo passei a me aprofundar na escultura e, após a conclusão da graduação, continuei estudando Belas Artes. Sempre achei que o meu trabalho era algo monótono e muito automático. Por isso, caso futuramente tivesse alguma chance de avançar nos meus estudos, sempre pensava em estudar Design e não Belas Artes, para poder desenvolver melhor meus trabalhos em outras formas, surgiu uma ótima oportunidade de fazer intercâmbio, em uma idade já não tão jovem, e, dentre várias escolas, escolhi Eindhoven pelo fato da sua educação seguir uma linha no limite entre o Design e as Belas Artes.
Brazilkorea – Como a sua formação acadêmica influenciou seu trabalho?
Choi Jong Ha – Creio que para mim tenham sido ótimas experiências. Quando trabalhava com Belas Artes, sempre me queixava em ter resultados com formas tão complexas que nem minha família conseguia entender e os estudos para o Design me ajudaram de certa forma a me guiar para um caminho que pudesse consertar um pouco isso. Preferia que meu trabalho, ao invés de ser entendido por poucos, pudesse ter comunicação com um público maior. Conseguia ver uma possibilidade de, não expressar de qualquer forma o que quero repassar, mas sim uma forma de me comunicar melhor com o público.
Brazilkorea – Quais são suas fontes de inspiração?
Choi Jong Ha – Sempre me preocupo em prestar bastante atenção no dia a dia: um simples hobbie, costume, hábito, a forma de pensar, entre outros. Dali eu me inspiro. Por isso acho muito importante tentar ficar o mais relaxado possível para observar o dia a dia.
Brazilkorea – Como funciona o seu processo criativo?
Choi Jong Ha – Não há um processo específico. Quando começo a pensar em algo, já tenho o resultado em mente. Creio que posso chamar de “processo criativo” os passos que me fazem chegar ao resultado, o processo que vou procurando alcançar aquilo que está em minha mente. Assim, em todo projeto que tenho o “processo criativo” é diferente.
Brazilkorea – Em sua produção, você foca nos sistemas manuais e na utilização de matérias primas, enquanto grande parte da sociedade está voltada para a tecnologia e a utilização de materiais sintéticos. Existe algum motivo ou objetivo especifico por trás disso?
Choi Jong Ha – Creio que o que quero mostrar com o meu trabalho não é apenas o resultado. Quero expressar o sentimento ao passar por várias etapas, como desejei nos antigos projetos realizados na Coreia. Queria que o público pudesse sentir cada detalhe da sequência da montagem e do movimento e que, com isso, tivesse a sensação de ter vivido junto comigo a mesma experiência e por isso utilizei esse tipo de material. A maior parte das coisas que fiz, tem o formato de algo mecânico e o resultado destas máquinas, por menor que sejam, e mesmo que o seu processo de fabricação possa parecer simples, o objeto final terá um significado diferente.
Brazilkorea – Quando você pensa um projeto, tem como objetivo transforma-lo em algo utilizável ou a proposta é outra?
Choi Jong Ha – Como a maioria dos projetos tem objetivos específicos, a possibilidade de utilização com certeza é um dos quesitos mais importantes. Porém não penso nisso desde o primeiro momento. Às vezes, o limite estabelecido pelo material e pela tecnologia pode impossibilitar a sua utilização. Mas o problema pode ser contornado do meu jeito, e o objetivo do processo criativo é sempre alcançar o resultado e com isso, a possibilidade ou não da utilização do objeto final não se torna um problema tão grande.
Brazilkorea – Você fez residência no Museu de Arte Contemporânea (Coreia), no Museu de Arte de Seul e em Künstlerhaus Schloss Balmoral, na Alemanha. Como essas experiências influenciaram seu trabalho. Quais novas perspectivas elas trouxeram para você?
Choi Jong Ha – Participei do programa de residência que o museu oferecia. Trabalhei naquela região, precisando morar na cidade mesmo, entre 3 meses a 1 ano. Foi uma experiência única poder trabalhar durante um longo período de tempo com outros artistas e creio que tenha sido proveitoso.
Brazilkorea – Você se inspira em algum movimento artístico? Existe algum artista que te inspira como profissional?
Choi Jong Ha – Gosto muito de Frederick Beck, Tom Friedman e Tom Hawkinson, mas não que sempre procure ver o trabalho deles.
Brazilkorea – A impressora 3D revolucionou a forma como as coisas podem ser feitas. Você já utilizou dessa ferramenta em alguns de seus trabalhos ou têm a intenção de utilizar?
Choi Jong Ha – Sim, já utilizei. Não consideraria isso como uma simples máquina nova. Teria um significado maior. Creio que futuramente quando sua utilização for mais facilitada e mais conhecida, qualquer pessoa possa ter em sua casa.
Assista a demonstração do DE-DIMENSION:
Para conhecer mais a respeito do trabalho de Choi Jong Ha, acesse seu site AQUI!
Agradecimentos: Choi Jong Ha
Tradução Coreano – Português: Cho Unsorii
Fontes: Brazilkorea | Jong Ha | Tree Hugger | TL Magazine