BRAZILKOREA | O site mais completo sobre a Coreia do Sul

Entrevista com Im Heung Soon e Kim Min Kyung

Brazilkorea Im Heung Soon e Kim Min Kyung

Imagem: BrazilKorea | Alexandre Disaro

Entre os dias 5 e 8 de novembro, aconteceu a 2ª edição do K-Action. A mostra contou com diversos filmes com a temática “Vozes femininas da sociedade coreana”, incluindo o documentário Complexo Industrial, do diretor Im Heung Soon. Acompanhado de Kim Min Kyung, produtora e esposa, o cineasta participou da abertura do evento produzido pelo Centro Cultural Coreano, em São Paulo.

O filme-documentário Complexo Industrial (em inglês: Factory Complex – em coreano: 위로공단) ganhou, em maio deste ano, o prêmio Leão de Prata da 56ª edição da Bienal de Veneza, gerando grande repercussão e atenção ao diretor Im Heung Soon. O cineasta, que é na realidade um pintor, decidiu diversificar sua área de atuação e, há cinco anos, vem atuando como diretor de documentários. 

Imagem: BrazilKorea | Alexandre Disar

Complexo Industrial conta a realidade das fabricas na Coreia do Sul e Camboja e nos leva em uma viagem que mostra, ao longo de quase cinquenta anos, o que foi e o que é a vida das mulheres envolvidas com a área. Através de seus depoimentos, onde testemunham as que foram presas, que adoeceram devido ao serviço de risco ou participaram de greves e manifestações com o pedido de melhores condições para os trabalhadores de fabricas, somos introduzidos a esta dura realidade. O filme-documentário também retrata os novos sofrimentos, que hoje podem ser considerados mais emocionais do que físicos, mas tão árduos quanto os de algumas décadas atrás.

Outro ponto importante do trabalho é mostrar que a realidade que consideramos distante é apenas uma ilusão, pois, assim como no Camboja, muitos lugares estão repletos de pessoas que se submetem a trabalhos desumanos por falta de opção, recebendo salários desproporcionais e sem acesso ao mínimo de segurança. Ele também aborda a realidade de estrangeiros que viajam para a Coreia em busca de novas oportunidades e que, hoje, graças a origem ou gênero, tem de lutar para conquistar a igualdade nos direitos trabalhistas.

Uma das coisas que mais chama atenção em seu documentário é a mistura do real com a ficção, que ele emprega de forma única a seu trabalho enquanto retrata histórias, dando voz a essas mulheres.

Nós do BrazilKorea batemos um papo com o diretor Im Heung Soon e a produtora Kim Min Kyung durante a passagem do casal pelo Brasil. Confira agora a conversa:

BrazilKorea: Você recebeu o premio Leão de Prata na 56ª edição da Bienal de Veneza pelo documentário Complexo Industrial, se tornando o primeiro artista sul-coreano a conquistá-lo. O valor dele é inestimável para os cineastas e, por isso, queremos saber como se sente por ter seu trabalho sendo exibido e reconhecido ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Qual é a sensação?

Im Heung Soon: Bom, primeiramente, como foi um prêmio que eu não esperava receber, além de ser o primeiro em uma Bienal, fiquei muito contente. Além disso, por tratar de um tema tão realista, não só na Coreia ou no Camboja, mas também de outros lugares do mundo como Ásia, América do Sul e Europa, algo que o mundo inteiro pode entender, permitiu que eu estivesse aqui no Brasil. E estou realmente feliz por isso.

Imagem: BrazilKorea | Alexandre Disaro

BrazilKorea: Como funciona para vocês o processo de produção de um filme? E no caso de Complexo Industrial, quanto tempo levou?

Kim Min Kyung: No total, foram 3 anos. Quando começamos, tínhamos em mente um trabalho básico. Não imaginávamos que o projeto levaria tanto tempo. Mas, ao longo do período de produção, acrescentamos muito material. Foi um ano e meio só para editar. E mesmo durante a edição, ainda gravamos cenas adicionais e concluímos o trabalho com a edição delas. Creio que seja um pouco diferente do processo de gravação de outros filmes.

Im Heung Soon: Além do filme em si, antes das gravações tivemos que conversar com os moradores do local. Com esse trabalho e algumas outras atividades, pudemos criar um filme curto. Acho que essas etapas também diferenciam o nosso filme dos outros.

Ficou curioso? Confira abaixo a entrevista na integra:

 

Agradecimento: Im Heung Soon, Kim Min Kyung, Venny e Gabriela Yoonji Kim

Sair da versão mobile