2016 marca os 10 anos da morte de Nam June Paik (1932-2006), artista coreano conhecido como o fundador da videoarte e reconhecido como um dos artistas modernos mais geniais da Coreia.
Nam June Paik nasceu na Coreia em 1932. Era o mais novo de quatro irmãos, filho de um operário têxtil. Quando jovem, estudou piano clássico. Em 1950, sua família deixou o país, fugindo da Guerra da Coreia, e se instalou em Hong Kong e depois no Japão. Se formou em história da arte e história da música pela Universidade de Tóquio, com uma tese sobre Arnold Schoenberg.
Em 1956, ele se mudou para a Alemanha para continuar seus estudos de história da música, e lá Nam June Paik começou a participar do movimento de arte neo-dadaísta conhecido por Fluxus. Considerado um dos movimentos mais intrigantes, geniais e ousados da arte de todos os tempos, que retomavam os conceitos libertários de Tristan Tzara.
Em 1963, o artista fez sua estréia como artista de mídia com sua peça “Exposition of Music Television-Electronic”, no qual espalhou televisores em todos os lugares e utilizou ímãs para alterar ou distorcer as imagens. A obra, conhecida por “TV Magnet”, deu origem à videoarte.
Em 1964, Paik se mudou para Nova Iorque e começou a trabalhar com a violoncelista clássica Charlotte Moorman, para combinar vídeo, música e performance. No trabalho TV Cello, a dupla empilhou televisores um sobre o outro, de modo a adquirir o formato de um violoncelo. Quando Moorman puxou seu arco sobre as cordas do violoncelo, imagens dela e de outros violoncelistas tocando apareceram nas telas.
Nam June Paik ficou conhecido por declarações polêmicas. “A arte é pura fraude”, afirmou certa vez. “Você só precisa fazer algo que ninguém tenha feito antes”, disse a um jornal coreano. Foi premiado com a Medalha Picasso pela UNESCO e ganhou o prêmio Kyoto (1998) na categoria arte.
Ao longo de sua carreira, Nam June Paik continuou expandindo o escopo de seu trabalho, fundindo escultura, instalações e vídeo em suas peças. Ele usou um sintetizador de vídeo para manipular o fluxo de elétrons em televisores de cor, e acrescentou música e formas humanas ao seu trabalho para criar uma visão artística singular. Como o próprio artista já dizia: “O verdadeiro problema implicado em “Arte e tecnologia” não é apenas inventar um novo brinquedo científico, mas de poder humanizar a tecnologia ao nosso meio eletrônico de expressão”.
Outro ponto importante no trabalho de Nam June se traduz em como o artista estava disposto a quebrar a estética conservadora da arte e trazer o público para um contato próximo da realidade da própria criação, da obra e da ideia. Algumas esculturas eletrônicas deste artista ficaram marcadas até hoje no imaginário de diversas gerações.
Em comemoração as 10 anos de falecimento do artista, uma grande variedade de exposições e eventos serão realizados em museus na Coreia.
Se for a Coreia, marque em sua agenda:
Museu de Artes de Seul – 14 de junho a 31 de julho.
Esta exposição irá mostrar a coleção de Nam June Paik e introduzir algumas obras de seus contemporâneos que faziam parte do Fluxus, uma rede internacional de artistas da década de 1960 conhecido por misturar diferentes meios artísticos e disciplinas.
Museu de Arte Gansong eo Dongdaemun Projeto Plaza (DDP)
Em outubro, o centro de arte vai elaborar uma exposição que funde arte tradicional com obras de arte orientados para a tecnologia da era digital.
Fonte: Kormore, Wikipedia, Obvious