revolta de Gwangju

Revolta de Gwangju | Imagem: timshorrock

Há 40 anos, no dia 18 de março, ocorreu uma das maiores lutas contra a ditadura coreana, conhecida como a Revolta de Gwangju. Com um número estimado de 165 mortos, hoje o dia é de homenagens e reconciliação histórica.

A revolta de Gwangju, também conhecida como 5.18, foi um movimento pró democracia ocorrido entre 18 e 27 de maio de 1980. Na época, o presidente era o General Chung Doo Hwan que chegou ao poder através de um golpe de estado, apoiado por uma junta militar.

Os cidadãos revoltaram-se contra a ditadura e tomaram o controle da cidade. Durante o discurso da revolta, tomaram armas – roubadas de esquadras de polícia e depósitos militares – para se oporem ao governo. Posteriormente o incidente foi retratado pelos meios de comunicação como inspirado por simpatizantes comunistas.

Em 2002, foi estabelecido um cemitério nacional e um dia de comemoração (18 de maio – Revolta de Gwangju) para “compensar e restaurar a honra” das vítimas.

Repercussões da revolta de Gwangju

Mesmo depois de 40 anos, a data continua significativa já que o regime democrático na Coreia iniciou-se em 1987. O atual presidente, Moon Jae In, participou hoje de uma solenidade na cidade. Cerca de 400 pessoas, incluindo famílias das vítimas da revolta, bem como políticos dos partidos no poder e da oposição, participaram do evento, que teve uma redução do número de participantes para evitar qualquer possível propagação do COVID-19.

O presidente prometeu apoio total do governo para descobrir o verdadeiro final sobre a revolta de Gwangju, acrescentando que isso fará com que distorções e depreciação contra o levante desapareçam. “Punição não é o objetivo. É para que o registro histórico seja feito de forma correta”, afirmou.

O Centro de Cultura da Ásia (ACC), em Gwangju, ofereceu uma variedade de eventos com o propósito de marcar o 40º aniversário de um momento crucial da história moderna da Coreia.

A peça imersiva “Eu não estava em Gwangju”, que aconteceu de 12 a 18 de maio, convidou o público a reviver os 10 dias da revolta. Não havia limites entre o palco e os assentos. Ao entrar, o público se sentava em uma das quatro zonas, que representavam diferentes distritos de Gwangju, e se tornava parte da revolta civil, cantando slogans e correndo para desviar dos clubes dos soldados que impunham a lei marcial.

O premiado diretor Koh Sun Woong  foi o produtor da peça. Como o título sugere, é para aqueles que não fizeram parte do Movimento Pró-Democracia de Gwangju. Koh pretendeu dar ao público uma experiência da atmosfera em uma demonstração popular, mostrando como o povo de Gwangju (e outras cidades) lutou pela democracia.

O motorista de táxi

O filme O Motorista de Táxi retrata um pouco desse momento da história coreana. A obra se passa em maio de 1980 e vai acompanhar um taxista de Seul que recebe uma proposta de um repórter estrangeiro que consiste em transportá-lo para Gwangju e depois voltar para o local de origem por um valor que cobrirá meses de seu aluguel pedente. No local, o taxista descobre uma realidade que ainda não conhecia: a ditadura militar na Coreia.

Confira o trailer do filme:

Fontes: koreatimes¹, ², wikipedia

Editores: Alcina Knabben e Jéssica Lellis

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