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Saiba como são os funerais coreanos

Foto: http://hdhealthup.net

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Os ritos fúnebres coreanos são muito diferentes dos brasileiros. Com duração de três dias, o velório é uma parte fundamental e são oferecidos pratos especiais aos convidados, que dão uma quantia de dinheiro para ajudar nos gastos com o enterro. Além disso, cemitérios são raros no país e cada família costuma ter seu próprio morrinho, onde estão todos os membros de seu clã. Conheça um pouco sobre esse momento de luto na Coreia.

Durante o funeral tradicional coreano, chamado de jang-rye-shik (장례식), os parentes do falecido ficam durante três dias em um salão próprio para esses ritos, recepcionando os convidados. Hoje em dia, os velórios costumam acontecer em espaços alugados dentro de hospitais. Antigamente, eram nas casas dos filhos, netos ou familiares mais próximos. E, nesses locais, eles fazem algumas refeições, que contêm, entre outras coisas, bebidas alcoólicas, cabeça de porco ou boi (머릿고기), e uma sopa chamada de yukgaejang (육개장), cujo molho apimentado é usado para afastar espíritos e fantasmas, conforme a crença do país.

Sepulturas em terraços:

A cultura de enterrar em cemitérios não é algo muito difundido na Coreia. Os poucos que existem são os National Cemeteries (국립현충원), ou seja, locais onde se encontram os heróis de guerra do país ou aqueles que se sobressaíram em alguma área importante e, por isso, se tornaram figuras públicas. A grande maioria da população ainda segue a tradição de manter os corpos dos familiares junto com o seu clã em terraços e morros pertencentes àquele grupo.

Dessa forma, existe ainda uma hierarquia para sepultamento em que os mais ancestrais são colocados no topo e os mais novos vão descendo para a base do morro. Assim, desde que um homem nasce, já tem lugar reservado e para ele e sua esposa nessa pirâmide hierárquica. Esses locais são, em sua maioria, afastados dos centros urbanos, em alguma área especial que lembre as origens de cada clã. E, a mulher, quando se casa, deixa de pertencer a sua família e passa a fazer parte do núcleo familiar do marido. Portanto, quando morrer, ela tem um espaço reservado na sepultura de seu cônjuge.

Presentes:

Uma palavra que resume os coreanos é praticidade. Além da dor do momento, a parte financeira também deve ser levada em conta. É por isso que é comum os convidados ajudarem com os custos do enterro e darem como forma de presente um envelope branco com os dizeres em caracteres chineses (hanja), 謹弔, que significa “meus pêsames”, além de uma quantia que varia de R$100 a R$2 mil, em média, dependendo do grau de proximidade com a família.

É de costume anunciar o falecimento de alguém apenas para familiares e amigos próximos, pois quando se sabe da morte de alguém por meio da família é de bom tom que você compareça ao funeral e que dê uma contribuição. Logo, não é usual contar para pessoas que são apenas conhecidas.

Passo a passo:

Quando alguém morre, a primeira coisa que se faz é manter o corpo reto e cobri-lo com um pano branco. E, então, ele é colocado atrás de uma cortina preta ou biombo, próximo a uma mesa com a foto do falecido, velas e incensos. O primogênito assume o papel de mestre de cerimônias. Ele irá vestir roupas especiais (no caso de famílias tradicionais), ou terno preto (para as mais modernas), e chapéu, além de um lenço preto amarrado tanto no peito quanto no braço, que ele vai manter por até 100 dias depois da morte do pai ou mãe.

Os coreanos não embalsamam o cadáver. Assim, no segundo dia, o filho mais velho providencia a limpeza do corpo, que é feita normalmente numa casa funerária, e ele é vestido com alguma roupa especial, que geralmente é terno, no caso dos homens e algo social para mulheres. Depois, ele é colocado em um caixão. Nesse momento, se põe um laço preto na foto do falecido. E o primogênito ajoelha em algum tapete áspero para simbolicamente pagar pelo pecado de ter deixado seu pai morrer e prestar o luto.

Nos funerais mais modernos, os visitantes usam traje social, como terno preto, no caso dos homens e vestidos de cor escura para as mulheres. Primeiramente, eles acendem um incenso em frente à mesa, fazem uma reverência, curvando-se em direção ao falecido e, depois, para o filho mais velho. Na hora em que estão indo embora, eles deixam o envelope em algum lugar específico para isso. Antigamente, como forma de reconhecer seu erro pela morte do pai, o filho não falava nada. Hoje em dia, ele diz algumas palavras de agradecimento aos convidados.

Na manhã do terceiro dia, o caixão é levado para fora da casa. Antes, é prestada uma breve homenagem ao falecido, em que os principais pontos da vida dele são contados, e os presentes acendem incensos e fazem preces pela alma do morto. Antigamente, o filho mais velho levava o caixão até a sepultura da família. Hoje em dia, se usa um rabecão. No local, quando o caixão é baixado, os presentes jogam poeira três vezes sobre ele e a cova é totalmente coberta com terra e, depois, grama. Uma lápide é colocada próxima à tumba, onde há algumas informações sobre o morto. Depois de 100 dias, a família volta para fazer algumas reverências no local onde seu parente foi enterrado.

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