A Viva Letramentos integra o mercado como um empreendimento que passa a trabalhar com executivos coreanos, através do letramento, permitindo que Brasil e Coreia estreitem relações através do mundo dos negócios.
Na segunda parte desta matéria, o BrazilKorea conversa com a linguísta Janaina Behling a respeito das relações internacionais que permeiam o mundo dos negócios e como a Viva Letramentos, está inserida nesse cenário como uma importante ferramenta de articulação das relações entre Brasil e Coreia.
Brazilkorea: Como surge a Viva Letramentos e qual a sua proposta?
Janaina Behling – Viva Letramentos: A Viva Letramentos surge em 2011 como um empreendimento de incentivo a profissionais liberais brasileiros. Sua proposta é oferecer serviços de instrução, treinamento e avaliação em qualquer linha de conhecimento, bem como relacionado à cultura brasileira.
Brazilkorea: Como linguista, que mecanismos são atualmente utilizados entre os executivos estrangeiros para discutir questões culturais, sociais, políticas e econômicas do país?
Janaina Behling – Viva Letramentos: Observo que o diálogo é ignorado. É comum colocarem as pessoas para ouvirem palestras de assessores, consultores e afins que, na verdade, não têm a menor intimidade com o contexto, tratando toda empresa como se fosse igual. No caso coreano, no Brasil, às vezes pode ser, às vezes, não.
Brazilkorea: Como profissional que está em diálogo e cotidiana vivência com os executivos coreanos, como você tem percebido as relações entre os dois países?
Janaína Behling – Viva Letramentos: “Os estrangeiros estão aprendendo a não subestimar o Brasil” e eu concordo. Essa frase é de Roberto Jaguaribe, ex embaixador brasileiro na China e que acompanha de perto o pensamento asiático sobre os trópicos, talvez, não especialmente o pensamento coreano que parece querer se movimentar de forma mais autêntica. Ao contrário do que prega o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, por exemplo, não me parece que os coreanos acreditam que somos um país sem recursos humanos para as relações internacionais, e não só no comércio. Eles apostam bastante na troca de experiências e se esforçam para criar oportunidades a quem quer que se interesse por eles, pela língua deles e em propor serviços. Nesse caso, talvez essa seja mais uma semelhança com os brasileiros, ao mesmo tempo em que nós temos que aprender a falar com outras culturas que não sejam somente inspiradas nos modelos americanos ou europeus. E mostramos que somos capazes disso a partir das Olimpíadas de 2016 que causaram um impacto muito positivo, de novo, pensando em questões multiculturais. Algo similar aconteceu com a Coreia do Sul em 1988, quando sediaram os jogos olímpicos também. Estamos no mesmo barco histórico, a partir desse prisma das projeções.
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Agradecimento: Janaina Behling